Ter de resistir à dor, à dor
Sem comprender por que à dor, à dor
Ter de suportar viver à dor, à dor
E sem merecer à dor, à dor
Se é esse o meu destino
Quem é o algoz que o traçou?
Quem me contaminou?
Quem me doou a dor?
Homem não existe para ser só animal
A sua história é mais que corporal
Abre o sentido para ter a liberdade
Com, com todo mundo que é seu igual
E solidário
Pensará
Amará
Sonhará
Saberá
Que a felicidade da cidade
Não tem que o mato matar
Aí a dor vai nos unir
O fim da dor começa, é assim
É o filho que não para de crescer
A fruta que vai madurar
Aquela mão, aquela paz morena
É aquêle olhar
Que é sempre, verde verde já
É aquele gesto humano
É aquela voz humana
É aquele amor humano
Que chega e diz que vai ficar
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